sexta-feira, 22 de junho de 2007

Névoa Surreal



NÉVOA SURREAL

Acordei de madrugada e saí vagando pelas ruas escuras e sombrias da cidade adormecida, uma névoa densa tomava conta de tudo, ouvia-se vozes aflitas e cães ladrando ao longe, pessoas dormiam sob as marquises dos prédios, quase inertes, tudo parecia aterrorizante e surreal, uma força estranha me puxava e me indicava o caminho, eu não conseguia reagir e nem mudar a trajetória daquela caminhada, mas, ao mesmo tempo temia, não sabia o que me esperava. Dobrando uma esquina, avistei ao longe, caminhando em minha direção, três pessoas vestidas de branco, um homem, uma mulher e uma criança. Eles foram se aproximando lentamente e meu coração foi acelerando rapidamente... quando chegaram a mim, eu não consegui ver suas faces, suas cabeças estavam cobertas com um capuz, suas vestimentas eram similares aos dos monges franciscanos, impecavelmente brancas e limpas e estavam descalços, mas, a sujeira do chão não impregnava em seus pés. Eu tentei ver suas faces e apesar de estar tão perto não consegui, só era possível enxergar seus olhos cativantes... antes que eu pudesse proferir qualquer pergunta, o homem me disse:
- Fique tranqüilo, nós lhe conhecemos de outras vidas, sempre fomos muito ligados a você fraternalmente e há muito tempo queríamos lhe encontrar no plano terreno, estaremos ligados para todo o sempre através de nossas almas, que são imortais. Não podemos lhe falar muito mais, apenas queremos reafirmar que lhe amamos profundamente e que você precisa dar sua parcela de contribuição para tornar o mundo menos desumano. Para isso, é necessário praticar o amor, a fraternidade e a justiça social. Foi muito bom reencontrá-lo! Agora, olhe para o céu e quando aquela estrela ao norte brilhar mais intensa, você se sentirá melhor. Inclinei minha cabeça para avistar a estrela descrita, em segundos vi seu brilho ficar intenso e ela desaparecer... Quando voltei minha cabeça para posição normal, eles haviam desaparecido sem deixar qualquer vestígio, ainda atordoado fiz o caminho de volta pra casa e estranhamente todas as ruas estavam absolutamente vazias, não havia uma pessoa sequer dormindo sob as marquises, não se ouvia mais qualquer som de aflição e a névoa densa já não mais existia.
Não me lembro direito como cheguei em casa, quando acordei pela manhã encontrei duas rosas (uma vermelha e uma branca) sobre o criado-mudo, as recolhi e as coloquei no vaso.
Não tentei achar até hoje uma explicação racional, mas, me sinto mais e mais preparado para praticar a fraternidade e a justiça social. Aquela madrugada mudou minha vida! (ML)

Nenhum comentário:

Postar um comentário