domingo, 20 de setembro de 2009

Necessidades




Essa necessidade de estar inserido na sociedade contemporânea como consumidor, como potencial gerador de riqueza pra terceiros, como público-alvo de algum segmento, como receptor de demanda, como hospedeiro de novas tendências de mercado [...] está nos transformando em cobaias sub-humanas de uma sociedade mercantilista.

Tudo gera consumo: notícias especulativas, pressupostos, tragédias enviesadas, versões mal-fundamentadas, ensaios de outrem, especulações estapafúrdias, teorizações infames, obrigatoriedades públicas, febres repentinas de novos conceitos, produtos, serviços, etc. Condições comerciais que antes eram veladas, são usadas como isca, para seduzir o consumo desenfreado, o consumo pelo consumo, sem uma razão clara e objetiva, senão o interesse de pequenos, poderosos e restritos grupos.

É preciso desmembrar todos os aspectos que circundam essa avalanche de ofertas. Olhe pra dentro de si e desmistifique a opressão que está lhe corroendo por todos os lados, crie uma outra alternativa, capaz de transformar suas angústias atemporais, em realidades qualificadas, menos densas.

Não podemos continuar nessa toada, reféns do mercado (fértil criador de necessidades, "desnecessárias"). Temos que evoluir introspectivamente; involuir quanto às conquistas materiais, blindando assim, nossas fraquezas mercadológicas e emocionais.

m.l.

Um comentário:

  1. É um preço grande que se paga ao se revestir da blindagem que protege o indivíduo das "necessidades desnecessárias", perante todo o restante da sociedade. Acho invariavelmente indispensável o auto-conhecimento que diminui nossa condição de "gado consumidor", mas esse auto conhecimento deve ser a nível geral (sabe, tipo um "socialismo cultural"? Pois é, cultura justa e igualmente distribuída). Aliás, gostei do termo... acho que em breve, haverá uma resposta ao seu texto lá no Krippendorf... rsrsrs

    Abraços, Marcão!!!

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